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Há beleza além do feed

  • Foto do escritor: Cecilia do Nascimento
    Cecilia do Nascimento
  • 23 de set. de 2020
  • 3 min de leitura

Recentemente, acordei em um dia e senti que minha autoestima estava em alta. Era um daqueles dias em que a gente acorda de bem consigo mesma, se olha no espelho e gosta do que vê mesmo antes de pentear o cabelo. Eu me senti feliz, pois não são todos os dias que isso acontece – mesmo que minha autoestima esteja muito melhor hoje do que era alguns anos atrás.


Decidi que era o momento certo para tirar fotos e alimentar meu Instagram. Desde que comecei o blog, sinto essa vontade de tirar fotos melhores para crescer no Instagram, coloco essa expectativa em mim como se meu sucesso como escritora por aqui dependesse disso (mesmo sabendo que eu não deveria). Então eu separei uma roupa bonitinha, arrumei o cabelo, passei maquiagem e me coloquei no quarto com maior iluminação para tirar foto.


Como eu estava com a autoestima boa, deduzi que as fotos também sairiam boas e eu teria um monte de material para turbinar o Instagram depois.


Mas, não foi isso o que aconteceu.


O que aconteceu na verdade foi que eu odiei todas as fotos que tirei, briguei com a iluminação, briguei com a câmera do meu celular, briguei com a roupa que tinha escolhido, briguei com o espelho e briguei comigo. Me peguei pensando: por que você não pode tirar fotos boas igual todo mundo?


Fiquei muito chateada e meu dia de ótima autoestima foi por água abaixo, se tornando um dia de péssima autoestima. Um fiasco.


Porém, depois de voltar para rever as fotos que eu tinha tirado e editar algumas, percebi qual era realmente o problema. O problema não estava na iluminação, nem na qualidade da câmera, nem nas minhas habilidades de edição. O problema era que eu estava querendo parecer outra pessoa. Coloquei minhas expectativas em fotos que outras pessoas postam em seus perfis.


Percebi que eu estava querendo seguir um padrão “blogueira”.


Isso me fez questionar o que eu estava fazendo, pois o objetivo nunca foi esse. O objetivo nunca foi me produzir para ser alguém que eu não era. O objetivo era – e ainda é! – compartilhar meus textos com outras pessoas que possam gostar deles. É claro que se eu comparar meu feed com o de outras pessoas, vou encontrar milhares de defeitos. Se eu quiser comparar minhas fotos com a de outras garotas, vou acabar não gostando de nenhuma foto minha. Pois é quem elas são, e quem elas são não é quem eu sou.


Somos tão condicionados a nos comparar. Entramos no Instagram e nos pegamos admirando a vida dos outros através das fotos ou vídeos, e começamos a querer coisas que não são compatíveis conosco. Começamos a comparar o que temos com o que outras pessoas aparentam ter. Mas isso não é tudo.

Meu feed no Instagram não limita minha capacidade. Nem a sua. Nosso feed no Instagram não mostra toda a verdade, só uma parte. As fotos que compartilhamos nunca serão capazes de retratar a verdadeira beleza do nosso dia a dia e estamos muito enganados se pensamos que podem. Sua beleza vai muito além do seu feed.


Assim como a vida das outras pessoas mais famosas e mais curtidas também não se resume ao que podemos ver, e nós esquecemos disso às vezes.


Então eu me esforcei para tirar essa ideia da minha cabeça e postei uma foto que gostei mesmo assim, e não me importei em ver quantas pessoas veriam, nem quantas curtidas a foto teria ou se tinha combinado com as outras fotos que postei anteriormente. Na foto, eu não estava produzida como A ou B, muito menos bonita como uma blogueira, mas eu estava bonita como eu. E tenho que aprender que isso é suficiente.


Eu espero que você que está lendo esse texto aprenda isso também. Sua beleza vai além de um feed no Instagram organizadinho, e mesmo que suas fotos não sejam como as outras, saiba que você está linda como você.


Espero que aprendendo isso, a gente nunca mais se impeça de postar o que quer onde a gente quiser. Nem de tirar fotos do nosso jeitinho e gostar delas. E se não quiser postar nada, tudo bem também. Não vamos nos forçar a querer ser alguém que não somos, nem a viver de aparências. Eu tenho um blog, mas não tenho feed de blogueira, e tudo bem! Nós somos o suficiente.

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